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No teto do mundo


“Olhei ao meu redor. Podia avistar os limites do planeta, longe, muito longe. O cume do Everest é uma plataforma levemente abaulada, de, no máximo, 20 metros de largura e uns 50 metros de comprimento, que acompanha o declive da montanha. Em alguns pontos há neve, em outros, rocha aparente. Simples assim. Incrível o que se é capaz de enfrentar apenas para ter a satisfação de estar ali. O homem é do tamanho dos seus sonhos.”

                Antes de começar a falar propriamente do livro, gostaria de falar sobre a edição do mesmo.
                O livro foi lançado pela Leya, meu primeiro contato com essa editora foi com a serie: Guia politicamente incorreto da história (do Brasil, da America Latina) do Leandro Narloch e eu já tinha gostado bastante da edição e como o livro foi organizado e isso se repetiu em No teto do mundo. O livro tem os capítulos separados por páginas pretas que ajudam a demarcar onde os capítulos iniciam e terminam eu gosto muito dessa técnica fica muito fácil de procurar alguma parte que você gostaria de consultar além de ficar bonito.
                Também gosto de livros impressos no papel amarelado eu sei que não é unanimidade, mas eu particularmente gosto muito.  O tamanho da letra também é bem adequado.
                Outra coisa que vale um comentário são as fotos, elas são do acervo pessoal do Rodrigo e são incríveis e cada capítulo é aberto com uma foto em preto e branco que tem relação com o capítulo e ajuda a  entrar no clima do mesmo. No meio do livro tem algumas fotos coloridas lindas que ajudam a você a visualizar o ambiente incrível onde se passa o livro.

                O livro conta as histórias das expedições do Rodrigo Raineri ao monte Everest (2005, 2006, 2008 e uma amostrinha de 2011).  O Rodrigo é um dos poucos brasileiros que já atingiram o pico do Everest e ele relata essas expedições com maestria. O livro não se passa de maneira cronológica e também não se limita a relatar os fatos, mas também tem reflexões interessantes sobre a vida e sobre as decisões que tomamos.  O livro vai alternando acontecimentos das três expedições, com algumas outras escaladas do Rodrigo, como por exemplo, ao Aconcágua e isso ajuda a gente a entender como se deu a formação desse grande alpinista.

“Até nas decisões mais simples do dia a dia é saudável seguir essas regras. Muitas vezes, torna-se necessário desistir de algo que está ao alcance das nossas mãos para obter um benefício maior. Isso é análise de risco, é avaliar causa e conseqüência. Quem nunca passou por situações assim ? A felicidade não vem apenas dos prazeres momentâneos. Fazer a escolha certa, ainda que isso represente uma privação imediata, é um dos caminhos para a felicidade, uma forma de atingir nossos objetivos.”

                As dificuldades do dia a dia, os riscos de uma escalada nesse tipo de altitude estão muito bem relatadas. Também através do livro é possível conhecer um pouco mais da história de Vitor Negrete, grande parceiro de Rodrigo e o primeiro brasileiro a alcançar o topo do Everest sem auxilio de oxigênio suplementar, mas que infelizmente encontrou o repouso eterno na maior montanha do mundo.
                Acho que o livro também me ajudou a compreender um pouco mais o porque as pessoas buscam esse tipo de esporte de alto risco, qual é  esse sentimento que impulsiona  a buscarem o perigo por conta própria.
                Eu recomendo a leitura, principalmente para os amantes de viagens e aventuras.

                                                                                                   Daniela Moraes

Título: No teto do mundo
Autor: Rodrigo Raineri com Diogo Schelp
Gênero: Não ficção, descrição e viagens
Ano: 2011
Editora: Leya
Páginas: 270

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