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Diário de Leitura - Os miseráveis #4 (pag 630)


Olá Pessoal,
Tudo bem?

Hoje eu vou continuar com vocês o meu diário de leitura de Os miseráveis, se você quiser todos os posts que já foram publicados é só clicar aqui. E finalmente terminamos a parte 1 (Fantine) e agora estamos na parte 2 (Cossette). Vamos falar de 4 livros: Waterloo, Navio de Guerra de Orion, Cumprimento da promessa feita a Morta e o Pardieiro Gorbeau. Somente para relembrar é um Diário de leitura, portanto, não tem como ser livre de spoilers como as resenhas normalmente são, no diário eu comento um pouco mais a fundo a história, ok?

Waterloo esse livro começa com a descrição de um observador em 1861 descrevendo a região onde foi travada a batalha de Waterloo e relembrando um pouquinho a história, essa é uma das batalhas mais importantes nas guerras Napoleônicas, pois Napoleão perdeu essa batalha o que acabou por deflagrar a sua derrota e então a livro retorna a 1815 para descrever o que aconteceu no fatídico dia. E então segue 70 páginas de descrição da batalha, mas de maneira nenhuma isso é ruim é bem estilo Vitor Hugo com algumas digressões para refletir sobre o sentido maior das coisas.

"Feito de luz e sombra, Napoleão sentia-se protegido no bem e tolerado no mal. Tinha, ou pensava ter para si, uma conivência, quase que poderíamos dizer, uma cumplicidade com os acontecimentos, equivalente à antiga invulnerabilidade."

Uma das coisas interessantes é opinião que Vitor Hugo tinha de que era vontade de Deus que Napoleão perdesse a guerra, pois nenhum homem deve ser maior que a humanidade.
Ele também considerou que todo levante contra Napoleão é na verdade uma contrarrevolução porque trouxe de volta para o poder os antigos leis absolutistas.

"Napoleão tinha sido denunciado ao infinito, e sua queda já estava decidida. Tornava-se incômodo a Deus.
Waterloo não era uma batalha; era a completa mudança da face do universo."
 
E no finalzinho quem aparece saqueando os mortos? Thénardier (o estalajeiro que cuida da Cossette).
 
Navio de guerra de Orion voltamos a história de Jean Valjean que esta de volta as galés, pois foi condenado a pena de morte, mas por indulgencia do rei ele foi condenado a trabalhos perpétuos (bela melhora!). Aparentemente antes de ir para a prisão ele escondeu uma pequena fortuna na mata.
 
Há uma descrição sobre uma guerra em que a França auxilia a Espanha e quando um dos navios passa por reparos um dos marinheiros sofre um acidente e fica suspenso e adivinha quem o salva: Jean Valjean que no final acaba caindo no mar e é dado como morto. Ele também discute qual é o papel da França nessa guerra, porque afinal a França representa a liberdade e fraternidade e não poderia estar lutando para manter no poder um absolutista:
 
"Nessa campanha, a intenção do soldado francês, filho da democracia, era a conquista de um jugo para o inimigo. Contrassenso inaceitável. A França foi feita para despertar a alma dos povos, não para sufoca-la."
 
Em mais uma das divagações de Vitor Hugo há uma reflexão sobre o desperdício do dinheiro publico em pólvora somente com cumprimentos e os tiros que por costume são dados pela manhã e a noite e fiquei pensando em quanto dinheiro publico desperdiçamos hoje em dia em coisas desnecessária. Coisas simples, por exemplo, desperdício de energia elétrica em repartições publicas com as luzes acesas durante a noite até coisas mais complexas como quando eles deixam alimentos da merenda ou medicamentos expirar o prazo de validade.
 
 
Cumprimento da promessa feita a morta: o próprio titulo é um spoiler...E meu Deus vamos ver a Cossette mais de perto de novo vemos o porque do nome do livro.. não quero falar muito desse livro, mas preciso falar que fiquei com muita, muita pena na parte da boneca. Também conhecemos um pouco mais os Thénardier  e não, não é bonito.
 
"Esse homem e essa mulher eram a astúcia e o furor casados, parelha medonha e terrível."
 
E lembrando que o livro é do século XIX veja o que Vitor Hugo pensa das bonecas e das mulheres:
 
"O primeiro filho é a continuação da última boneca. Uma menina sem boneca é quase tão infeliz e quase tão impossível quanto uma mulher sem filhos."
 
Não vou comentar, mas de verdade espero que você não pense assim...

Pardieiro de Gorbeau: Nesse capitulo somos apresentados ao Pardieiro de Gorbeau, uma casa simples e um pouco destruída e a sua história e todo o bairro nos é apresentado:

"Nada melhor para entristecer o coração do que a simetria. É que a simetria é o tédio, e o tédio é a base do luto. O desespero boceja."

Cossete e Jean Valjean passam a viver juntos no pardieiro, a ter uma vida tranquila e simples. São felizes e se amam como pai e filha. Mas sempre tem uma fofoqueira para acabar com o sucesso. E no final desse capitulo reencontramos Javert.

Bom pessoal, por hoje é isso,

Até mais,

Dani Moraes

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