Boa Noite Galera!!!!
Mais uma de livros....para variar...rsrs...e dessa vez ficou gigante, espero que isso não desamine vocês.
Inglaterra, meados do século XII. Em uma terra abalada por sangrentas
batalhas pela sucessão ao trono de Henrique I, um homem luta contra tudo e
todos para levar a cabo a minuciosa construção de uma catedral gótica, digna de
tocar os céus. Ao redor da igreja e de seus personagens, forma-se um mosaico de
um tempo conturbado, varrido por conspirações, intrincados jogos de poder,
violência e o surgimento de uma nova ordem social e cultural.
Para
começar a falar desse livro eu queria contar a minha história com ele...
Momento confissões: esse é mais um dos livros que comprei por impulso, sim
impulso. Eu vivo olhando as ofertas do submarino, adoro aquelas até 80% de
desconto...kkkkk. E então lá estava essa edição linda da Rocco em capa dura, com
essa ilustração maravilhosa (mas infelizmente não tem o nome do ilustrador que
feio para eu dar os créditos) super barata eu li a descrição do livro e achei interessante, idade
média, conspirações, adoroooo...pronto comprei..
O livro
chegou em casa...lindo... muito lindo, mas um calhamaço de 941 páginas, não que
isso me impeça de ler (sou absolutamente fã das Crônicas do Gelo e Fogo), mas
eu tinha outras prioridades de leitura e ele foi enfeitar a minha estante.. aliás
ele fica lindo lá! E ficou lá por um tempo acho que quase 1 ano.
A mais
ou menos a um mês eu li uma noticia sobre a feira do livro de São Paulo e dizia
que entre os autores confirmados estavam Cassandra Claire e Ken Follett. Então
pensei nunca li nada desses dois e, por favor, não me matem fãs de instrumentos
mortais não tenho vontade de ler Cassandra, não é preconceito só não me deu
vontade ainda, pode ser que eu mude de idéia, mas por enquanto nem tenho nada
dela aqui em casa. E foi então que eu me
lembrei do meu “Os pilares da Terra” e falei vou ler, sem pressa, afinal um
livro desse tamanho não dá para carregar por aí, minha intenção era só ler na
cama, porque afinal até para levar ele para o sofá daria trabalho.
E
comecei a leitura e já me surpreendi, eu adoro histórias medievais, sou fã
assumida da lenda de Arthur algum dia falaremos melhor sobre esse meu outro
vicio. E apesar do tamanho a história é fluida, cheia de reviravoltas e ação e
comecei a ler no mínimo 100 páginas a cada pegada e então pensei acho que vai
rápido esse negocio.
Só para
dar um exemplo de como esse livro me prendeu:
Copa do mundo Brasil X Chile, quem não se lembra oitavas de finais,
teste para cardíaco e eu louca para saber se a Aliena ia encontrar o Jack, no
intervalo peguei o livro e fiquei o segundo tempo, a prorrogação e os pênaltis
com livro na mão, na hora que pus o livro no sofá o William perdeu o pênalti e
imediatamente eu peguei o livro na mão de novo... a louca... abri o livro e
torci pelo Brasil, afinal o livro tava dando sorte...kkkkk......
A
história se passa em um momento extremamente conturbado da história inglesa,
conhecido como anarquia, Henrique I morre e não deixa filhos legítimos, somente
uma filha e muitos bastardos e começa assim uma disputa sangrenta pelo poder e
uma guerra civil sem fim. Nesse contexto
conhecemos Philip, nosso querido e amado monge beneditino. Eu simplesmente
adoro a figura do Philip, nos acostumamos a essa representação da igreja
medieval que era formada por pessoas inescrupulosas e sem fé que só se tornavam
religiosos para usufruir do poder da igreja na época e não duvido que uma
parte do clero era assim, mas foi também nessa época que surgiram muitos dos
santos que cultuamos até hoje e por isso, não poderia ser só corrupção. E então
conhecemos o Philip esse monge de vontade de ferro, inteligência aguçada e uma
fé inabalável em Deus. Um homem integro, cujo único desejo é honrar o seu Deus,
construindo um priorado prospero e devoto.
“O pedido feito a Abraão foi para que
sacrificasse seu filho único. Deus não pede mais sacrifícios de sangue, pois o
sacrifício supremo já foi feito. Mas a lição da história de Abraão é que Deus
exige o que de melhor temos a oferecer, aquilo que nos seja mais precioso.”
É muito
legal você conseguir entender o contexto da época e o grau de influencia da
igreja, o Prior (o responsável pelo mosteiro, como se fosse a Madre Superiora)
Philip não é apenas o responsável pelo mosteiro, ele é o poder executivo,
legislativo e judiciário a sua pequena vila. Outra característica de Philip é
crer que fé é ação:
“Ter fé em Deus não significa ficar sentando sem fazer nada. Significa
crer que se terá sucesso se se fizer o melhor possível.”
Outra
coisa extremamente interessante é fazer comparações entre as diferentes épocas.
No livro a todo o momento demonstra que a construção da catedral é uma forma de
cultuar Deus e mostrar a sua grandiosidade. Estou lendo também um livro de
Santa Tereza D’Avila, que morreu em 1582, mais ou menos 400 anos depois da
história do livro e veja o que ela fala sobre as grandes construções: “Muito
mal parece, minhas filhas, que se façam grandes edifícios com as economias dos
pobrezinhos. Deus tal não permita! Seja tudo pobre e pequenino. Pareçamo-nos de
algum modo com o nosso Rei, que não teve casa senão a gruta de Belém onde
nasceu e a cruz onde morreu; e essas eram casas em que poucas recreações podia
haver”. Vê os pensamentos mudam e até a teologia muda e nem estamos falando de
nossos tempos, por isso, ao invés de olhar com preconceito devemos aprender com
o passado.
Um
contraponto ao Philip é Waleran Bigod, o bispo, ele encarna totalmente esse
clero corrupto e interesseiro e faz de tudo para que Philip não obtenha o
sucesso em sua empreitada.
Ainda
falando da banda podre da história temos William Hamleighs, bem no comecinho da
história eu cheguei a ter um pouco de pena dele, pela maneira como ele foi
rejeitado pela Aliena, apesar dele já ter demonstrado atitudes idiotas
previamente. No entanto, esse período foi muito curto, porque logo ele
demonstrou que além de idiota, ele era sádico, cruel, vingativo, invejoso e um
tanto quanto psicopata, extremamente perturbado e incansável na busca
pelo poder e satisfação. Mas o mais
interessante com relação a ele é a relação que ele tem com o divino, que
demonstra exatamente o pensamento da época. Ele é um louco genocida,
entretanto, imediatamente após um dos seus ataques ele é acometido por um medo
tão grande do inferno que ele imediatamente busca a confissão, mas veja bem,
ele não se arrepende dos pecados e nem tem o propósito de mudar, ele acredita
apenas que se alguém o perdoar dos pecados
a entrada no céu esta garantida e não importa que quem o perdoe seja tão
ruim quanto ele, mas apenas que seja um membro da igreja do alto escalão como o Bispo Waleran.
Nesse
contexto conhecemos a família do Tom construtor que acaba aparecendo na vida de
Philip quase que por obra divina e os dois se tornam empregado e empregador,
mas mais do que isso amigos.
Entre
os personagens importantes e interessantes temos ainda: Aliena – a moça que
sofre muito, mas que consegui demonstrar a força da mulher mesmo em uma
sociedade extremamente patriarcal e para quem pensa que o assunto não é atual,
temos os países islâmicos como exemplo, especialmente o Líbano aonde as
mulheres vem demonstrando que não vão mais aceitar essa situação e estão se
organizando inclusive promoveram uma corrida para chamar a atenção do mundo
para isso. Para citar outra mulher forte do livro temos Ellen.
Claro
que não podemos deixar de falar no Jack, o garoto criado na floresta,
extremamente inteligente que ganha um destaque enorme na trama ali pelo meio do
livro.
Outra
coisa muito bem representada é jogo pelo poder, suas reviravoltas, conspirações
e o efeito borboleta, tal como uma pequena atitude ou ação pode trazer conseqüências
inimagináveis. E claro o mistério, o prólogo do livro traz uma execução, que
permanece sem explicação ao longo de praticamente todo o livro e tem intima
relação com todo o contexto. O livro também é marcado por reviravoltas, cada vitoria é seguida de uma derrota.
Alguém
pode reclamar das partes descritivas do livro, eu também não gosto de muita
descrição, por exemplo, José de Alencar e Eça de Queiroz me irritam com a mania
de descrever em detalhes até as portas, porém no caso desse livro eu acho as
descrições pertinentes, principalmente no tocante as catedrais elas são essenciais
para que tenhamos a capacidade de entender como elas são e serão e também
demonstram o quão minucioso foi o trabalho de pesquisa do autor.
Só quando eu já estava na página
750 que eu resolvi dar um Google, por que eu não conhecia nem o livro e nem seu
autor e foi então que eu descobri que esse livro gerou uma minissérie homônima
em 8 capítulos, co-produzida por Alemanha e Canadá e estou louca para assistir
e visualizar as catedrais descritas no livro. Quando eu finalmente assistir, faço uma resenha comparativa. Aliás, por falar em
visualizar eu encontrei uns sites/blogs bem legais para quem quiser ver alguns
exemplos de catedrais medievais e que como eu infelizmente ainda não teve a
chance de conhecer a Europa e ver ao vivo, sim eu vicie e fiz pesquisa sobre os
assuntos relacionados:
http://catedraismedievais.blogspot.com.br/:
Não gostei muito do texto, mas as fotos são maravilhosas.
http://www.pinterest.com/anavgb/catedrais-medievais-medieval-cathedral/
:pinterest só com catedrais medievais.
Para
entender um pouco mais: http://www.acnsf.org.br/article/7229/A-catedral-medieval--obra-de-todo-o-povo-cristao.html
, é um texto com viés religioso, mas vale pelas informações históricas.
A leitura desse livro fez com que
eu acrescentasse alguns lugares a minha lista de visitas na Europa como:
Canterburry e Toulosse, além é claro de Compostela e Paris para conhecer essas
majestosas construções.
Outra coisa que descobri é que esse livro tem uma espécie de
continuação chamada “O mundo sem fim” que se passa 137 anos depois em
Kingsbridge. Estou absolutamente louca para ler, mas preciso comprar e preciso
de uma promoção...
Meu texto ficou gigante digno do
tamanho e significado do livro e das construções faraônicas das igrejas
medievais. Meu cunhado diz que o brasileiro típico não lê textos grandes e se
você chegou até é porque você não faz parte dessa estatística, sendo assim, não
terá medo das 941 páginas desse livro e não deve ter mesmo, com certeza, ele
estará entre os meus melhores do ano e espero ter conseguido te deixar curioso
para ler essa grande obra.
Título: Os
pilares da Terra
Autor: Ken Follet
Gênero: Romance histórico
Ano: 2012
Editora: Rocco
Páginas: 941 – Volume único
Autor: Ken Follet
Gênero: Romance histórico
Ano: 2012
Editora: Rocco
Páginas: 941 – Volume único
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