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A abadia de Northanger

Jane Austen
 
"Ninguém que tivesse visto Catherine Morland em sua infância poderia supor que ela tivesse nascido para ser uma heroína. (...) Mas dos 15 anos aos 17 anos, ela estava em treinamento para se tornar uma heroína. Leu todos os livros que as heroínas deveriam ler para fornecer em suas memórias aquelas citações que eram tão úteis e tranquilizantes durante as vicissitudes de suas agitadas vidas."
 
 
Olá Pessoal, tudo bem?
 
Mais um post em homenagem a Jane Austen já que esse ano faz 200 anos da morte da autora, mas precisamente em 18 de julho, ou seja hoje, e esse foi o segundo livro da Jane que eu li, e o primeiro a ser escrito pela autora, apesar de só ter sido publicado póstumamente e tenho que dizer que adorei, achei divertidíssimo.
 
O livro é uma parodia aos romances góticos que estavam muito em vogue na época em que o livro foi escrito. "A literatura gótica inicia-se no século XVIII, na Inglaterra, com a obra O Castelo de Otranto (1764), de Horace Walpole. Costuma-se destacar, como algumas das principais características desse tipo de literatura, os cenários medievais (castelos, igrejas, cemitérios, florestas, ruínas), os personagens melodramáticos (donzelas, cavaleiros, vilões, os criados), os temas e símbolos recorrentes (segredos do passado, manuscritos escondidos, profecias, maldições)."(Fonte: Wikipédia).
 
Catherine, nossa heroína como o livro tantas vezes a nomeia, é uma jovem apaixonada por romances, principalmente, romances góticos e o livro nomeia alguns desses títulos como Os Mistérios do Castelo d Udolfo e O monge, e que tem uma mente muito criativa e acaba profundamente influenciada pelas imagens dos livros, portanto, eu considero o livro um tanto quanto Quixotesco, uma vez, assim como nosso cavaleiro andante os livros vão colocar nossa heroína em situação complicada.
 
Catherine cresceu em uma família com muitos irmãos (10) e eles seriam uma espécie de "classe média" da época que vivia em uma pequena cidade, com uma vida simples, tranquila e sem grandes atrativos, até que ela é convidada pelos vizinhos para passar um tempo e Bath, uma espécie de estância onde muitas pessoas vão passar a temporada. Lá ela vai conhecer Henry Tillney, uma jovem muito simpático, com grande senso de humor, inteligente, perspicaz e um perfeito cavalheiro, pelo qual ela irá se interessar. Ela também irá conhecer a família Thorpe e imediatamente ela se torna uma grande amiga de Isabela e o alvo das atenção do irmão da moça John.
 
Em um dado momento, ela é convidada pelo general Tillney, pai de Henry para passar uma temporada na abadia de Northanger e sua mente logo é tomada de diversas imagens da grandes aventuras e mistérios que a casa pode revelar, bem ao estilo gótico.
 
Como já disse o livro é muito divertido a narradora (sim, porque eu imagino uma voz de mulher) é extremante perspicaz e ácida ao fazer as criticas a sociedade que é claro estão presentes como sempre nos livros da autora.
 
Mas aí você pode dizer, mas como a autora pode criticar o romance, sendo essa, a forma de escrita escolhida por ela mesmo? Na verdade, apesar da brincadeira que ela faz, especialmente, com os exageros do romance gótico ela defende a arte, inclusive ela utiliza a voz de um personagem masculino (Henry) para fazer essa defesa e em uma determinada parte do livro quando falam sobre o romance de forma a diminui-lo em quanto obra literária vemos essa declaração:
 
"Ou, em resumo, apenas algum trabalho para o qual as maiores forças da mente são exibidas; um trabalho no qual o mais complexo conhecimento da natureza humana, a mais feliz delineação de suas variedades, as mais vívidas efusões de gênio e humor são levadas ao mundo, na mais bem escolhida linguagem."
  
Na verdade, no final, os romances e a leitura em si ajudam a personagem entender um pouco melhor a vida real, inclusive, auxiliando ela a diferenciar entre a fantasia e a realidade, entre uma verdadeira amizade e uma construída de aparências e possíveis vantagens.
 
A personagem principal também é muito ingênua e acredita na boa vontade e sinceridade de todos, e através dessa inocência da personagem Jane Austen insere mais uma vez a critica a sociedade de interesses, principalmente financeiros, com os quais os casamentos eram acertados.


Assisti também uma adaptação cinematográfica que foi feita para TV em 2007 com a Felicity Jones no papel de Catherine. É uma adaptação bastante fiel e achei bem feita. Uma coisa interessante dessa adaptação é que eles incluíram umas cenas onde a Catherine devaneia imaginando cenas dos livros que ela lê se colocando no papel da heroína e Henry como o salvador.


Livro: A abadia de Norhanger
Autor: Jane Austen
Editora: Landmark
137 páginas

Por hoje é isso,
E vocês gostam da Jane Austen?

Até a próxima,

Dani Moraes

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