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Cândido ou o otimismo

Voltaire
 
"Eu os cultivo com meus filhos; o trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade."
 


Olá Pessoal, tudo bem?

Vamos conversar um pouco sobre esse livrinho muito divertido e cheio de interpretações e que foi o meu livro do Desafio Diminuindo a Pilha - um clássico.

Esse é livro é considerado um conto filosófico e foi escrito por Voltaire, foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês, que teve uma obra prolifica e incomodou muita gente tanto na politica quanto na igreja. O principal tema do livro é uma critica  a filosofia de Leibniz, que tinha como base o otimismo ou razão suficiente, que sustenta que nada pode existir sem uma razão de ser, sendo assim, o mundo rel deve ser o melhor mundo possível.

"Está demonstrado que as coisas não podem ser de outro modo: pois, tudo tendo um fim, tudo concorre necessariamente para o melhor fim."
 
Cândido é um rapaz que foi criado em um castelo em Westfalia (Alemanha), um tanto ingênuo e educado por Pangloss acreditando completamente na filosofia do otimismo. Cunegundes era a moça filha do dono do castelo pela qual Cândido era apaixonado, porém flagrado em um inocente beijo com a moça o mesmo foi expulso do castelo a pontapés e passa viver vários situações que vão fazer com que ele passe a duvidar dessa teoria filosófica.
 
"Sua filha, Cunegundes, que contava dezessete anos, era corada, viçosa, roliça, apetitosa."
 
A partir desse momento o livro se torna uma sequência de episódios onde o pobre Cândido só leva a pior, esse parte me lembrou Dom Quixote e as Novelas Exemplares do Cervantes que são cheios desses episódios, guardada as proporções, uma vez que, esse livro é bem curto e todas essa desventuras são resolvidas mais rapidamente. Inclusive no texto do Calvino (Cândido ou a velocidade) que esta no final da minha edição ele chama a atenção para esse ponto, considerando o Voltaire uma espécie de precursor do que se vê hoje nos cinema cômico: "o acumulo de desastres em grande velocidade". Tem alguns momentos que ilustram muito isso, como quando vários personagens disputam quem sofreu mais e o encontro dos seis reis depostos.
 
Nesses muitos episódios o autor vai fazer referencia a vários acontecimentos do período, como a Guerra dos sete anos, o terremoto de Lisboa, a revolta dos jesuítas no Paraguai, a execução de um almirante inglês, entre outros, mas tudo isso é sempre cercado de uma grande ironia, além da óbvia critica a corrente filosófica, há muita critica a politica, a igreja e até ao comportamento humano.
 
"Como? Não há monges que ensinam, que discutem, que governam, que intrigam e mandam queimar quem não é da mesma opinião? Só se fossemos loucos, disse o ancião."
 
Ao longo da história os personagens sofrem diversos encontros e desencontros, outros personagens são introduzidos, um desses personagens é Martin, que é o extremo oposto de Pangloss para ele tudo esta ruim e não há forma de melhorar, é o verdadeiro pessimista. Quando Cândido se vê exposto a duas filosofias tão distintas ele fica um pouco perdido, mas talvez essa seja a maior mensagem do livro, que não devemos nos perder em questões metafisicas e esquecer da nossa existência física e real, que só dessa forma podemos viver uma vida plena e mais feliz.
 
Eu já falei muito desse livro e acho incrível que um livro tão pequeno tenha tantas coisas nas quais podemos refletir. De maneira geral, é um livro ao qual recomendo bastante, mas procurem uma edição boa com notas de rodapé que agreguem a leitura, mas sem torna-la maçante, limitando-se a informações essenciais. A minha edição é da 34 e esta muito boa, tem um prefácio muito bom que nos ambienta no período e nas intenções do autor, boas notas de rodapé e um posfácio do Calvino bem interessante.
 
Apesar de ser um livro de 1759 a linguagem é muito tranquila e a leitura é rápida e fluida. Você pode fazer dois tipos de leitura: mais superficial - será um livro de aventuras divertido e de leitura rápida ou mais profunda - onde você vai entender as criticas e ironias embutidas na história e mesmo assim vai se divertir e rir da desgraça alheia.
 
Acho que é isso, leitura recomendada, livro pequeno e gostosinho de ler, vamos animar e carimbar mais um clássico lido na listinha.
 
Livro: Cândido ou o otimismo
Autor: Voltaire
Editora: 34
193 páginas
 
Por hoje é isso até a próxima,
 
Dani Moraes
 
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