Charlotte Perkins Gilman
"A cor é horrível o suficiente, imprevisível o suficiente e desesperadora o suficiente, mas a estampa é torturante."
Ólá Pessoal, tudo bem?
Ainda estamos no mês de março, mesmo que no finalzinho e esse é o mês da mulher e nada melhor que conversarmos sobre um conto que é considerado como feminista.
Charlotte Perkins Gilman (1860 - 1935) foi uma romancista e feminista norte-americana, ela pertencia a família que também gerou a sufragista Isabella Beecher Hooker e a abolicionista Harriet Beecher Stowe, autora de A cabana do pai Thomás, que conta a história de um escravo negro e a situação da escravidão. Esse contexto familiar pode ter influenciado a autora em suas lutas sociais.
O pai abandonou a família fazendo com que a mãe de Charlotte tivesse que trabalhar para sustentar os filhos. Charlotte se casou se teve uma filha, no entanto, não era muito ligada as tarefas domesticas e forçada a assumir o papel de esposa e mãe acabou caindo em uma depressão. Quando procurou ajuda médica foi-lhe recomendado repouso absoluto, principalmente, de atividades intelectuais ficando restrita as atividades manuais "femininas". Portanto, o conto O papel de parede amarelo tem uma boa dose de auto-biografia.
A personagem do conto é diagnosticada com histeria,
doença nervosa que, supostamente, se originava no útero, caracterizada por convulsões e que portanto, só acarretava mulheres, hoje podemos imaginar que a personagem tinha uma depressão, muito provavelmente pós-parto. Diagnosticada pelo marido e irmão médicos ela passa pelo tratamento comum aquela época, mudança de ares e muito descanso, inclusive, seu marido não gostava que ela escrevesse para não haver desgaste intelectual.
Dessa forma, eles vão para uma casa no campo onde a personagem é instalada em um quarto, que muito provavelmente foi um quarto de crianças, onde tem um papel de parede amarelo, que passa a ocupar a mente da personagem e aterroriza-la.
A história vai sendo construída de uma tal forma que vamos entrando na paranoia da personagem e sentido a tensão aumentar, muitos consideram esse conto como terror psicológico, para mim, no entanto, o cunho social e de denuncia a forma que a mulher é tratada em sociedade é muito mais importante.
"Mas John diz que se me sinto assim e por problema de autocontrole, então, tomo cuidado para me controlar - ao menos na frente dele - ...."
No papel de parede há uma estampa onde pode se ver mulheres presas, presas no papel de parede, presas no papel que a sociedade impunha, a pressão nas mulheres para entender e aceitar a sua inferioridade era tão grandes que no conto vemos o quanto a personagem valoriza o cuidado do marido para com ela e se acha péssima por não poder agradecer realmente melhorando de sua condição.
"Cada hora do meu dia é planejada; ele toma conta de tudo ao meu respeito, e por não dar mas valor a isso me sinto muito ingrata."
Esse é um conto muito interessante, porque discute a condição da mulher na sociedade daquela época com o olhar de uma mulher que realmente viveu naquela situação. Altamente recomendado para mulheres e homens.
Livro: O papel de parede amarelo
Autor: Charlotte Perkins Gilman
Editora: Balão Editorial
40 páginas
Por hoje é isso,
Já conhece esse conto? Me recomenda outros textos de cunho feminista?
Até a próxima,
Até a próxima,
Dani Moraes
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