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Recordações da casa dos Mortos

Dostoievski
 
"Há quem diga (e também já li algures) que o mais alto amor sentido pelo próximo não passa, no fundo, de mero egoísmo."
 


Olá Pessoal, tudo bem ?

Hoje vamos conversar um pouco sobre o livro que foi o meu Desafio do Skoob do mês de Novembro -  Clássico internacional: Recordações da casa dos Mortos e esse foi o meu primeiro Dostoievski e eu estava muito empolgada para conhecer esse grande escritor, tenho pouca experiência com russos, só li Tolstoi e há um bom tempo.

Nesse livro que mistura um pouco da experiência pessoal do escritor e ficção vamos conhecer um pouco sobre a vida em uma penitenciária na Rússia do século XIX e através desses personagens fazer uma reflexão sobre a Rússia e a humanidade. É considerado "um divisor de águas na obra do autor, no sentido da procura por níveis mais profundos de consciência do real e sua ambivalência."

A sucessão do czar Alexandre causou uma grande instabilidade e revoltas politicas, entre essas revoltas os intelectuais formaram um levante chamado decembristas, do qual fazia parte Dostoievski, esse levante foi derrotado pelo czar e os participantes foram condenados a morte por fuzilamento, pouco tempo antes da execução a condenação de Dostoievski foi alterada para prisão na Sibéria com trabalhos forçados, onde ele passou 4 anos.

A experiência vivida na prisão forneceu o material que o autor utilizou para escrever o livro que é introduzido como se fosse anotações que foram encontradas pelo autor, essas anotações pertenciam a  Alieksandr Peitróvitch, um nobre que matou a esposa e foi condenado a 10 anos de prisão por trabalhos forçados.

Alieksandr é um um tipo calado e que logo que entra no presídios se sente excluído pelos colegas por ser um nobre, os colegas o desprezam por não ser capaz de executar os trabalhos forçados com destreza, a natureza mais calada e introspectiva do personagem faz com que ele se torne muito observador fazendo reflexões sobre os mais diversos tipos humanos presentes na cadeia e suas relações complexas.

Uma das reflexões interessantes é sobre as punições por trabalho forçado, ele conta que as vezes os carcereiros passam atividades que não tem uma finalidade e esse é o maior castigo, até os piores bandidos conseguem se submeter a trabalhos que façam sentido, no entanto, trabalhos sem sentido são simplesmente enlouquecedores.
 
"Mais tarde compreendi que a falta de liberdade não consiste em jamais em estar segregado, e sim em estar em promiscuidade, pois o suplício inenarrável é não se poder estar sozinho."

O livro faz diversas outras reflexões, como por exemplo, como o dinheiro ainda importa mesmo na cadeia, ter algumas moedas no bolso faz com as pessoas se sintam um pouco mais livres e como as relações de poder permanecem mesmo na cadeia.

O autor não teve intenções politicas ao escrever o livro não há criticas ao sistema carcerário russo, mas sim reflexões focadas no lado humano, sendo que essas podem ser expandidas para toda a vida em sociedade.

O livro é interessante, mas não gostei tanto assim, confesso que esperava amar a leitura, mas de qualquer forma vale bastante a pena e eu tenho aqui Crime e Castigo que pretendo ser meu próximo Dostoievski.

Livro: Recordações da casa dos Mortos
Autor: Fiodor Dostoievski
Editora: Martin Claret
315 páginas

Por hoje é isso,
E vocês já leram esse livro? Gostam dos russos?
Até a próxima,
Dani Moraes

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