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Diário de Leitura - Os miseráveis #6 (pag. 975 )


Oi Pessoal,

Voltamos com mais um diário de leitura de Os miseráveis, quem acompanha o blog sabe que eu estou lendo esse grande clássico, mas bem devagar e que sempre que leio uma certa quantidade de páginas venho aqui e comento com vocês. Porém percebi que o avanço na leitura esta lento de mais e a partir de agora vou tentar colocar um meta de leitura (100 páginas por semana) e portanto, devemos ter uns 2 ou 3 diários de leitura por mês (faço diário a cada 150 páginas mais ou menos) espero que dê certo e quem sabe não adianto até um pouco mais.

Dessa vez a leitura foi da página 800 a 975, onde começa a terceira parte - Marius foram 5 livros: Paris estudada em seu átomo, O grande burguês, O avô e o neto, Os amigos do ABC e Excelência da desgraça.

Paris estudada em seu átomo:

"Paris tem crianças como as florestas têm pássaros; o pássaro chama-se pardal, a criança, moleque."

Nessa nova parte tudo indica que vamos focar em outros personagens do livro e nesse primeiro livro Vitor Hugo começa descrevendo o moleque de Paris com suas complexidades e contradições. Se por um lado, eles sofrem com a pobreza e as dificuldades  eles se divertem, seja implicando com os policiais ou com os condenados, seja encontrando uma forma de ir ao teatro.

Tem uma comparação em interessante entre o moleque e o garoto:

"O garoto está para o moleque assim como a borboleta está para a larva; o mesmo ser fugidio, imponderável."
 
Outra reflexão interessante é com relação a as fronteiras da cidade e eu tentei fazer uma ligação entre a descrição e as periferias das nossas cidades e bom as coisas não mudaram tanto assim é nas periferias da cidade que encontramos esses moleques mais soltos e sendo um pouco mais criança.
 
"O lugar em que uma planície se junta a uma cidade é sempre dominado por não sei que melancolia penetrante. A natureza e a humanidade fazem-se ouvir aí ao mesmo tempo. As originalidades locais tornam-se evidentes."
 
Na sequencia vemos todo o amor de Vitor Hugo por Paris, ele faz várias comparações e ele tenta mostrar que Paris tem todo o mundo dentro de si. Nessas páginas ele faz muitas comparações e por isso é importante que a sua edição tenha notas de rodapé senão fica difícil entender ele traz tanto referencia clássicas como por exemplo: Diógenes e Plutarco como personalidades francesas importantes como: Nicolas-Toussaint Chalet e Pierre-Jean-David d'Angers, mas eu confesso que tentar ler as notas e entender todas essas comparações, às vezes, cansa.
 
"Paris não tem limites. Nenhuma cidade teve tal domínio, que às vez zomba dos que ela subjuga. - Agradar-vos, ó atenienses! - exclamava Alexandre. Paris faz mais que a lei, Paris faz a moda; Paris faz mais que a moda, faz a rotina. Paris pode ser tola, se você assim o quiser; às vezes, ela dá-se a esse luxo, então todo o universo se bestifica como ela; depois, Paris se levanta, esfrega os olhos e diz: - Que estupida sou! - e desata a rir à face do gênero humano."
 
No final somos apresentados ao pequeno Gavroche que tenho a impressão que será importante para a história, uma criança órfã com pai e mãe vivos, ou seja, um garoto que se vira sozinho na vida e não sabe o que é ser amado.

O grande burguês

Nesse livro somos basicamente apresentados ao Sr. Gillenormand que é um senhor de 90 anos, considerado um verdadeiro burguês e que apesar de burguês é respeitado nas altas rodas. Ele é meio figura, gosta de parecer muito esperto e um conquistador, mas justamente por causa da sua posição com as mulheres ele perdeu quase toda a fortuna para a segunda esposa.

Ele teve duas filhas: uma já faleceu antes dos 30 anos e se casou por amor  com um bonapartista (para a tristeza de Gillenormand que era a favor da monarquia) e a outra filha nunca se casou.

"Nenhum paraíso se torna terrestre na época que atravessamos. A caçula havia esposado o homem de seus sonhos, mas morrera. A mais velha ainda estava solteira."

O avô e o Neto

Aqui tem uma longa descrição do salão da madame T e os tipos que o frequenta e tem uma descrição de um grupo chamado os Ultra, que na verdade, se parecem muito com os grupos espalhados pela internet, extremistas e revolucionários de teclado.
Aqui também conhecemos o Marius neto de Gillenormand que foi afastado do pai pelo avô sob a ameaça de deserdar o neto, dessa forma, o pai entendeu que seria melhor para o filho ser criado pelo avô.

Aqui vemos as posições politicas influenciando diretamente na vida pessoal, o avô não queria contato com o pai por esse ter sido Bonapartista, enquanto o mesmo era monarquista e assim afasta o neto do pai que só o consegue ver de longe.

Assim cresce Marius sob influencia do salão da Madame T e acreditando que o pai o havia abandonado e partilhando da opinião do avô quanto a monarquia, mas depois vão ter uns acontecimentos que vão mudar a história bastante.

Os amigos do ABC

Nesse livro somos apresentados aos amigos do ABC que é um grupo de amigos que tem crenças politicas similares, ou seja, são uma associação republicana, esse ABC faz referencia a pronuncia que seria Abaissé que significa humilhado e esse abaissé representa o povo.

"Era como que uma maré montante cheia de mil refluxos; é próprio dos refluxos estabelecerem novos contatos; daí as singularíssimas combinações de idéias; adoravam-se a um só tempos Napoleão e a liberdade."

Vitor Hugo apresenta cada um dos membros da maneira típica do mesmo: Enjolras - o chefe que só pensa na republica, considera a pátria sua mãe e não tem tempo ou vontade de pensar em mulheres; Cambeferre - o guia, aquele que trazia a filosofia para o movimento; Jean Prouvaire - nuance mais usave que Cambeferre; Feully - operário, órfão e que só tinha um pensamento libertar o mundo; Courfeyrac - um burguês similar a Tholomyés (o amante de Fantine), porém ele era bom e o centro ; Bahoel - bom caráter e péssima companhia, mas era a cola que unia o grupo; Legle - alegre, mas infeliz; Joly - estudava medicina, era o mais alegre; Grantaire - o cético era fanático por Enjolras.

Nesse capitulo Marius conhece os amigos do ABC e através de Courfeyrac conseguiu um lugar para mudar.

Nesse livro tem um capitulo onde Grantaire faz um discurso muito verdadeiro, porém muito pessimista e realmente me fez pensar sobre a natureza humana.

Marius se sente perdido em meio aos ABC, às vezes, eles parecem falar de Bonaparte como os velhos monarquistas e então, em uma dessas reuniões Marius faz uma defesa emocionada de Napoleão e do império, mas com uma única palavra todo o discurso dele foi destruído e a palavra foi liberdade, ser livre é isso que o destrói. E a partir desse momento ele não fez mais parte do grupo, ele tinha deixado a crença do avô e assumido a crença do pai, mas agora se sentia perdido.

"Sentiu, talvez, o que sente a terra no momento em que a abrem com a enxada para nela depositar o grão de trigo, ela sente apenas o golpe; o estremecimento da semente e a alegria dos frutos só vêm mais tarde."

Excelência da desgraça

Marius  deixou a casa de seu avô e desse forma tornou-se um miserável, uma vez que, perdeu a sua renda, porém mesmo assim não aceita a ajuda de sua tia e nem se permite tomar dividas porque pensa que credor é pior que senhor, dado que, o credor pode tirar a sua dignidade.

Mostra como Marius conseguiu se manter e como se acostumou a vida austera. Uma das tristezas de Marius é não ter encontrado Thénardier (o estalajero que cuidou de Cosette) para ajuda-lo, uma vez que, ele acredito que o mesmo salvou a vida de seu pai (o que sabemos que não é verdade).

Também conhecemos um pouco mais de Mabeuf, um dos dois amigos de Marius (o outro era Courfeyrec) que é um senhor muito simples cujos os únicos interesses são os livros e as plantas.

O avô de Marius sente a sua falta, no entanto, o orgulho o impedia de procura-lo. Quanto a Marius ele não sente mais raiva do avô, ele se regozija com a pobreza e acredita que o sofrimento é importante, já que pai dele tanto sofreu porque ele não deveria sofrer também. Com o tempo ele se tornou solitário e suas crenças se aquietaram e deixou de ter opiniões e passou a ter simpatias, preferia as ideias aos fatos, os poetas aos heróis.

Os primeiros capítulos desse livro são considerados autobiográficos, uma vez que, Victor Hugo depois que perdeu a mãe viveu na miséria, pois seu pai só lhe ofereceria uma renda se ele deixasse as letras e se dedicasse a uma profissão mais séria.

O livro continua muito bom como sempre.

E só mais um recadinho... estou gostando muito do Snapchat e até a semana passada eu só assistia os vídeos, mas agora eu estou gostando de fazer também, mostro os livros que chegaram em casa e o que eu estou lendo, portanto se quiserem me adicionar é danielapmoraes

Por hoje é isso,

Até a próxima,

Dani Moraes


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